1.
Utente, sexo feminino, 32 anos, vem à consulta com queixas de palpitações e tonturas. Refere problemas laborais. Ao exame objetivo destaca-se IMC 23 Kg/m2, PA 130/80 mmHg, pulso 80 bpm, auscultação cardíaca com estalido telessistólico e sopro telessistólico mitral e auscultação pulmonar sem alterações. O ecocardiograma, pedido após a consulta, revela prolapso da válvula mitral sem evidência de regurgitação mitral. Como orientar esta utente?
2.
Mãe de criança, sexo masculino, 4 anos, sem antecedentes de relevo, PNV completo, pede contacto telefónico porque o seu filho foi observado há 2 dias no serviço de urgência por febre e tosse tendo realizados exames e tido alta com indicação para fazer antibiótico em casa. A utente pede CIT para acompanhamento de familiar. Aproveita para referir que acha que o filho não tem melhorado muito, já que a tosse e febre se mantêm tendo necessidade de controlar a febre com paracetamol de 6/6 horas. Pede à utente que venha com o filho a consulta aberta para o avaliar. Já em consulta aberta, verifica no processo que a criança foi observada há 48 horas em contexto de urgência tendo sido diagnosticado pneumonia e prescrito ciclo de antibioterapia com azitromicina 10 mg/kg/dia durante 3 dias e paracetamol em dose ajustada ao peso para controlo da febre. A mãe confirma que já fez duas tomas de azitromicina. Ao exame objetivo em consulta constata temp. timpânica de 37,6 ºC (realizou paracetamol há 2 horas), SpO2 94%, FC 110, auscultação pulmonar com crepitações inspiratórias na base esquerda, eupneico em repouso e mantém acessos de tosse seca durante a consulta. Encontra-se ligeiramente polipneico, mas sem outros sinais de dificuldade respiratória. Perante este quadro, qual a sua atitude?
3.
Criança, sexo masculino, 5 anos, sem antecedentes de relevo. Tem PNV atualizado e IMC 28 kg/m2. A mãe vem mostrar analises que fez em contexto pré-operatório. Destaca-se um valor de colesterol de 189 mg/dL e LDL-c de 118 mg/dL. Como orientar?
4.
Utente, sexo feminino, 43 anos, IMC 31 kg/m2, antecedentes de hipertiroidismo controlado, fumadora 20 UMA, sob contracetivo hormonal combinado. Vem ao serviço de urgência por dor de início súbito na perna esquerda, a evoluir desde há cerca de 6 horas. Refere também sensação de parestesias associadas na extremidade do membro inferior esquerdo. Nega história de trauma. Ao exame objetivo destaca-se palidez e diminuição da sensibilidade no ⅓ inferior da perna esquerda, ausência de pulsos no pé esquerdo e diminuição da força à dorsiflexão do pé esquerdo. Qual o diagnóstico que pondera?
5.
Utente, sexo feminino, 55 anos, operária fabril há 22 anos cuja atividade principal se prende com enrolar várias centenas de metros de cabo por dia. Desde há 3 meses, queixa-se de dor ao nível da região latero-posterior do cotovelo direito, agravada por movimentos similares aos que tem que executar no seu trabalho. Nega traumatismo. Qual dos seguintes é o diagnóstico provável?
6.
Jovem, sexo masculino, 16 anos, IMC 22 kg/m2, jogador federado de ténis desde os 14 anos. Desde há 1 ano que tem treinos 4 vezes por semana, sendo que aos fim-de-semana tem participado em vários torneios de ténis. Vem a consulta porque desde há 3 meses que se queixa de gonalgia anterior esquerda, mais localizada logo abaixo da rótula. Refere que a dor exacerba nos períodos em que faz mais exercício e que alivia, mas não passa, com o repouso. Nega qualquer traumatismo. Ao exame objetivo, apresenta tumefação ligeiramente dolorosa, dura, na zona da tuberosidade proximal da tibia, sem edema ou rubor. Qual o diagnóstico que pondera?
7.
Utente, sexo feminino, 25 anos, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta por quadro de polaquiúria, disúria e ligeira dor lombar desde há 2 dias. Refere que iniciou febre desde ontem (38,5ºC) que tem sido controlado com paracetamol de 6/6 horas. Ao exame objetivo apresenta temp. axilar 38,4ºC, murphy renal positivo bilateral e tira-teste urinária com leucócitos (++), nitritos positivos e sangue (+++). Qual é a hipótese diagnóstica mais provável?
8.
Lactente, sexo masculino, 8 meses, PNV atualizado, gravidez vigiada sem intercorrências, apgar 9-10-10. Vem a consulta aberta por irritabilidade e choro de início súbito. A Mãe acha que tem um desconforto na região abdominal, já que encolhe frequente as pernas e já teve um episódio de vómito. Ao exame objetivo, o lactente encontra-se irritado, pálido e com alguma sudorese, não apresentando um bom estado geral. Na fralda apresenta fezes misturadas com muco, tipo geleia de framboesa. A auscultação cardíaca e pulmonar é normal. O abdómen é mole e depressível, sendo palpável tumefacção no quadrante superior direito. Como orientar o lactente?
9.
Utente, sexo masculino, 46 anos, IMC 34 kg/m2, apresenta lombalgia com irradiação para o membro inferior esquerdo desde há 3 semanas. Tem feito ibuprofeno 600 mg de 12/12 horas desde há 3 dias, mas sem melhoria. Apresenta Lasegue positivo a 30° e diminuição da sensibilidade no membro inferior esquerdo. Dos seguintes, qual constitui um sinal de alarme nesta situação?
10.
Adolescente, sexo masculino, 15 anos, dignóstico de asma. Nos últimos 4 meses notou agravamento dos sintomas, que se tornaram mais frequentes, sobretudo a pieira, que ocorre 4 vezes por semana. Em consulta indicou terapêutica inalatória com Budesonida/Formoterol 1 puff de 12/12 horas e salbutamol inalado para fazer em SOS. O utente volta após 3 meses. Refere ter cumprido a terapêutica instituída, com bom controlo sintomático e sem necessidade de recorrer a terapêutica de emergência. Nessa consulta indicou redução da terapêutica com Budesonida/Formoterol para 1 puff por dia e agendou nova consulta de avaliação em 3 meses. Em consulta subsequente, o adolescente refere que teve um episódio de pieira neste período, com necessidade de recorrer a uma inalação de salbutamol para resolução dos sintomas. Negou limitação das atividades diárias e despertares noturnos devido a tosse ou pieira. Como orientar o adolescente?
11.
Criança, sexo masculino, 7 anos, PNV atualizado, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta acompanhado pelo pai por quadro de dor abdominal que iniciou há 24 horas. Refere que a dor começou por aparecer nos quadrantes abdominais superiores e depois ficou mais localizada na fossa ilíaca direita. Refere náusea e anorexia associados. Ao exame objetivo, encontra-se pálido, com fácies de dor e tem temperatura axilar de 37,9ºC. A auscultação cardíaca é normal, encontrando-se taquicárdico. A auscultação pulmonar é normal. À palpação abdominal verifica-se dor e hipersensibilidade à palpação no quadrante inferior direito com intensificação da dor à descompressão. Como orientar esta criança?
12.
Lactente, sexo masculino, 15 meses, vem a consulta acompanhado pelos pais. A mãe está preocupada porque presenciou episódio que descreve como “o meu filho revirou os olhos para cima, o corpo tremeu todo e ficou roxo, pelo menos durante 2 minutos”. A mãe refere ainda que após terminar o episódio, o filho ficou sonolento, com olhar vazio e teve incontinência de esfíncteres. Desconhece se tinha febre no momento, mas estava a fazer paracetamol de 6/6 horas para controlo de febre no contexto de diagnóstico de herpangina há 2 dias. O exame objetivo é normal. Nega episódio semelhante prévio. A mãe pergunta se existe algum exame que possa fazer para esclarecer este episódio. Como orientar o lactente?
13.
Adolescente, sexo feminino 17 anos, IMC 22 kg/m2, PNV atualizado, estudante no 11º ano, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta, acompanhada pela mãe, por quadro de dor abdominal recorrente que iniciou há cerca de 6 meses. Refere que a dor é predominantemente epigástrica que dura cerca de 30 minutos e ocorre esporadicamente, mas com frequência semanal. Já teve episódios de vómitos alimentares associados à dor abdominal. Desconhece fatores desencadeantes, embora ache que a frequência das crises aumenta com o aproximar dos testes escolares. Em relação a fatores aliviantes, refere que a dor melhora com a defecação. Nega sintomas genitourinários. Refere também alteração do trânsito intestinal, com alternância entre obstipação e dejecções diarreicas. Nega artralgias. Nega anorexia. Nega alteração do peso ponderal. Como orientar a adolescente?
14.
Utente, sexo feminino 38 anos, G2P2, IMC 32 kg/m2, fumadora 15 UMA. Vem a consulta preocupada porque se encontra sem período menstrual há 5 meses. Refere que o período menstrual já lhe tinha falhado anteriormente durante 1 ou 2 ciclos, mas nunca lhe tinha acontecido ficar tanto tempo sem menstruação. Desde a sua última gravidez, aos 35 anos, que optou por utilizar contracepção por método barreira. Acha que não está grávida, até porque diminuiu consideravelmente a frequência das relações sexuais no último ano por desconforto associado a falta de lubrificação vaginal. No entanto, fez um teste de gravidez na farmácia há 3 meses que deu negativo. Quando pergunta sobre outros sintomas, a utente refere sentir-se com maior irritabilidade e insónia inicial que mantém há cerca de 3 meses, mas desvaloriza os sintomas considerando que são provavelmente relativos a situação de maior stress laboral (trabalha em grande superfície comercial). Pede no entanto se existe alguma medicação que a possa ajudar a dormir melhor porque acha que a sua insónia começa a interferir na sua capacidade para executar as tarefas do dia-a-dia. Qual o plano inicial para esta utente?
15.
Adolescente, sexo feminino, 15 anos, IMC 19 kg/m2, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta por quadro de dor abdominal referida aos quadrantes inferiores e náusea desde há 2 dias. Refere episódio de vómito durante o dia de hoje. Nega alteração dos hábitos alimentares ou medicamentosos. Nega queixas genitourinárias, como polaquiúria, disúria e urgência miccional. Refere no entanto que se apercebeu, desde ontem, de ligeira perda hemática, residual, não conseguindo distinguir se de origem vaginal ou uretral. Não sabe qual foi a data da última menstruação, uma vez que ainda mantém ciclos menstruais irregulares desde a menarca aos 13 anos. O exame objetivo é normal, com abdómen mole e depressível, indolor à palpação e sem sinais de irritabilidade peritoneal. Qual o plano inicial para esta utente?
16.
Criança, sexo feminino, 6 anos e 7 meses, saudável até ao momento, vem a consulta de vigilância. De entre todos os parâmetros a avaliar, qual o mais relevante tendo em conta a idade da criança?
17.
Utente, sexo masculino, 34 anos, IMC 26 kg/m2, não fumador, antecedentes de asma, sob terapêutica com Budesonida/Formoterol em SOS. Vem a consulta aberta porque apresenta, desde há 3 semanas, uma mancha eritematosa na região torácica com ligeiro prurido associado. Tem perceção que o tamanho da mancha tem aumentado (imagem anexa). Refere associação com astenia, nega outros sintomas. O exame objetivo é normal. Qual o diagnóstico mais provável?
18.
Utente, sexo masculino, 65 anos, antecedentes de HTA, enfarte agudo do miocárdio há cinco anos, dislipidemia e gonartrose direita. Atualmente, tem como medicação habitual perindopril 5 mg id, nebivolol 5 mg id, diltiazem 90 mg id, atorvastatina 20 mg id e paracetamol 1000 mg em SOS. Refere, desde há seis semanas, queixas de dispneia, edema maleolar vespertino e cansaço a subir as escadas de casa. Apresenta em consulta FC 72 bpm, PA 132/75 mmHg. Traz resultado de LDL estimado de 50 mg/dL e ecocardiograma com alterações valvulares discretas, fração de ejeção de 55 % e disfunção ventricular mista. Face aos dados do ecocardiograma, qual dos medicamentos deverá suspender neste momento?
19.
Utente, sexo feminino, 42 anos, antecedentes de hipertensão, perturbação depressiva, diabetes mellitus e asma. Consta da sua medicação habitual: losartan, metformina, sertralina e budesonido inalado. Vem a consulta preopupada porque se encontra sem menstruação há 6 meses e por isso fez um teste de gravidez que deu positivo. A utente pergunta se pode manter a medicação habitual em curso. Qual dos fármacos deve ser substituído de imediato?
20.
Utente, sexo masculino, 62 anos, vem à consulta para renovação de CIT por fratura da tíbia direita, tratada com imobilização gessada. Retirou gesso há cinco dias. Refere que há três dias iniciou dor na perna direita, tipo queimor, que surgiu de forma insidiosa, sem irradiação, de intensidade 7/10. Tem também edema, parestesia e aumento da temperatura da pele. Tem como antecedente relevante DM2, controlada. Ao exame objetivo apresenta tax. 37°C, sinal de Homans no membro inferior direito positivos. Qual é o diagnóstico mais provável?
21.
Qual das seguintes situações pode conduzir à extinção de uma USF?
22.
Utente, sexo masculino, 80 anos, vem a consulta com a esposa. A esposa queixa-se de que o marido está surdo. Já tinha esta perceção há anos, mas tem sentido um agravamento progressivo nos últimos anos, mas agora está impossível. Tem antecedentes de diabetes, HTA e osteoartrose dos joelhos. A otoscopia não apresenta alterações. Qual é o tipo de hipoacusia mais provável do utente?
23.
Criança, sexo masculino, 2 meses, vem a primeira consulta de vigilância na USF. Apgar 9-10-10, sob aleitamento materno exclusivo, tem sido saudável até ao momento. Apresenta desenvolvimento estato-ponderal adequado à idade. Ao exame objetivo destaca-se uma criptorquidia à esquerda, confirmada por ecografia que tinha sido prescrita por médico privado. Como orientar?
24.
Utente, sexo masculino, 71 anos, antecedentes de hipertensão, dislipidemia e hiperplasia benigna da próstata. Fumador 40 UMA. Utente não frequentador, vem a consulta com a esposa porque apresenta uma lesão com cerca de 1 ano de evolução na face (ver imagem anexa). Dos seguintes, qual é o diagnóstico mais provável?
25.
Utente, sexo feminino, 32 anos, grávida de 23 semanas, GIPO, IMC 34 kg/m2. Aumentou 9 kg desde o início da gestação. Apresenta quadro clínico compatível com depressão. Decide iniciar terapêutica farmacológica. Qual dos seguintes antidepressivos é o mais adequado?