1.
Utente, sexo masculino, 66 anos, ex-fumador desde há 6 meses (60 UMA), DPOC, Hiperplasia benigna da prostata, hipertensão arterial e dislipidemia. Desde há 3 anos que reporta queixas de polaquiúria, noctúria, hesitação e jato fraco. Realizou cirurgia de redução da próstata há 6 meses, tendo necessidade de ficar algaliado durante 3 semanas. Refere melhoria dos sintomas LUTS após cirurgia. Vem a consulta por perceção de recorrência de episódios de urina avermelhada desde há 3 semanas. Sem outros sintomas associados, nomeadamente disúria ou dor lombar/flancos. Ao exame objetivo apresenta-se anictérico, sem palidez, pressão arterial 153/82 mmHg, SpO2 95%, auscultação cardio-pulmonar sem alterações, sem edemas periféricos, murphy renal negativo bilateralmente e sem massas ou dor à palpação abdominal. Pede para realizar uma tira-teste urinária na unidade de saúde que mostra: proteinúria (+); eritrocitúria (+++), leucocitúria (+) e nitritos negativos. Explica ao utente que, apesar de se encontrar assintomático no momento, confirma-se que existem alterações ao nível da sua urina que devem ser esclarecidas. O utente compreende e concorda. Propõe um painel de meios complementares de diagnóstico baseado numa suspeita clínica. Qual dos seguintes diagnósticos melhor explica este quadro de hematúria?
2.
Utente, sexo masculino, 45 anos, IMC 33 kg/m2, fumador 15 UMA (atualmente 10 cigarros por dia), sem outros antecedentes de relevo. Vem a consulta mostrar resultado de estudo analítico 2 semanas depois de ter apresentado um resultado de glicemia em jejum de 193 mg/dL. No estudo analítico que traz apresenta hemoglobina glicada de 8,7%. A taxa de filtração glomerular estimada é de 95 ml/min/1.73m2. Discute a necessidade de iniciar imediatamente terapêutica para diabetes mellitus, opção que o utente compreende e aceita. Qual a opção terapêutica que propõe?
3.
Utente, sexo masculino, 57 anos, IMC 24 kg/m2, sem antecedentes pessoais ou familiares de relevo. Vem a consulta porque desde há cerca de 1 ano que apresenta dor e parestesias localizadas na mão direita. Refere também que se apercebe que é mais frequente deixar cair objetos da mão direita. Na inspeção observa atrofia da região tenar da mão direita. Antes de continuar com o exame objetivo, que diagnóstico pondera como mais provável?
4.
Jovem, sexo masculino, 17 anos, atraso grave do desenvolvimento. Vem a consulta aberta acompanhado da mãe. Desde há três dias, tem prurido intenso genital acompanhado de eritema e secreção na glande. Ao exame objetivo constata eritema e edema da glande, assim como secreções brancas aderentes. O prepúcio encontra-se retraído, não conseguindo tracionar para recobrir a glande. Como orientar este utente?
5.
"Utente, sexo masculino, 65 anos, antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia, disturbio de ansiedade e doença do refluxo gastroesofágico. Sob perindopril+indapamida 4+1,25 mg, atorvastatina 10 mg, lansoprazol 30 mg e victan 2 mg em SOS. Fumador 35 UMA, atualmente consome cerca de 15 cigarros por dia. IMC 33,2 kg/m2. Vem ao serviço de urgência básico porque iniciou dor torácica precordial, em aperto, intensidade 4/10, sem irradiação, que persiste há 1 hora. Sem fator desencadeante conhecido. Encontra-se ansioso e ligeiramente diaforético. Enquanto aguarda o resultado de estudo analítico base com marcadores de necrose do miocárdio, chega-lhe o resultado do eletrocardiograma feito à admissão (ver imagem anexa). Verifica no processo clínico do utente que o último ECG feito há 4 meses era normal. Constata também que o utente não tem levantado a prescrição de lansoprazol. Perante este quadro clínico, como orientar o utente? "
6.
Utente, sexo masculino, 57 anos, vem a consulta por quadro persistente de otorreia fétida à esquerda, por vezes purulenta, com diminuição progressiva da acuidade auditiva e acufenos homolaterais. Já fez 2 ciclo de antibioterapia, com recidiva da otorreia. Este quadro tem vindo a agravar-se nos últimos 6 meses. Qual é o diagnóstico mais provável?
7.
Utente, sexo feminino, 68 anos, IMC 28 kg/m2, não fumadora, seguida em consulta de psiquiatria há 4 anos por diagnóstico de doença bipolar. Encontra-se a fazer lítio desde há 3 anos, apresentando estabilidade do quadro. A utente é hipertensa, diagnóstico estabelecido há 6 meses, com bom controlo tensional sob azilsartan+clortalidona. Da sua medicação habitual consta também a realização de acemetacina 90 mg (1+0+0) em SOS que tem feito com alguma regularidade para controlo sintomático de osteoartrose do joelho esquerdo. A utente vem a consulta aberta por quadro de poliúria e polidipsia com evolução de 3 semanas. Nega urgência urinária, disúria ou alterações das características da urina. Nega febre, dor abdominal, ou alterações do tracto gastrointestinal. O exame objetivo é normal: mantém bom controlo tensional, auscultação cardíaca e pulmonar sem alterações e sem edemas periféricos. Solicita a realização de teste urinário “combur” que mostra densidade urinária 1.005, sem outras alterações. No registo clínico da utente existe estudo analítico feito há cerca de 18 meses que não apresenta alterações de relevo: hemograma sem alterações, glicemia 105 mg/dL, creatinina 1,1 mg/dL, ionograma sem alterações e função hepática e tiroide normais. Qual das seguintes opções considera correcta na orientação subsequente da utente?
8.
Criança de 4 anos, com PNV atualizado, história de pieira recorrente desde os sete meses. Vem a consulta aberta por quadro de febre (39°C) com 3 dias de evolução, tosse, obstrução nasal, rinorreia e dor no hemitórax esquerdo. Ao exame físico apresenta diminuição dos sons respiratórios na base esquerda e tem sat.O2 a ar ambiente de 94%. Qual a terapêutica que decide prescrever?
9.
De acordo com a legislação em cuidados de saúde primários, qual é o tempo máximo de resposta para realização de uma consulta solicitada pelo utente, não relacionada com doença aguda?
10.
Jovem, sexo masculino, 19 anos, IMC 21 kg/m2, não fumador, estudante no 12º ano. Vem a consulta acompanhado pelo pai. É praticante de ténis desde os 8 anos. Começou a participar em torneios de ténis da federação aos 14 anos, sendo bem sucedido e tendo atingido o top-10 do ranking nacional. Desde os 18 anos começou também a participar nos torneios da categoria sénior. Recentemente, de acordo com o pai, perdeu a motivação para participar nos torneios de ténis, não obstante fazer sempre bons resultados. Já desistiu de 2 torneios ainda antes de começar a jogar. O jovem refere que mantém o gosto pela prática do ténis, mas desde que começou a fazer os torneios da categoria sénior não aprecia a exposição social inerente aos torneios, tendo que dar sempre entrevistas que depois são publicadas no website da federação de ténis. Refere também que sempre apreciou o ténis por ser um desporto individualista, jogando com 2 ou 3 parceiros de confiança há vários anos. Não se sente muito à vontade para conhecer novos jogadores. Em relação aos outros aspectos da sua vida, refere que tudo se mantém normal, sendo uma pessoa reservada que gosta de passar muito tempo em casa com os seus familiares. Qual o diagnóstico que pondera?
11.
Utente, sexo feminino, 8 anos de idade, saudável, sem alergas conhecidas vem a consulta aberta por odinofagia de início súbito há 1 dia e febre (T.ax. 38,3ºC). Ao exame objetivo destaca-se a presença de adenomegalias cervicais bilaterais, móveis, dolorosas à palpação. Orofaringe hiperemiada, sem presença de placas ou exsudados amigdalinos. Nega outros sintomas, nomeadamente tosse, rinorreia, dor abdominal ou diarreia. Qual a orientação mais adequada?
12.
Lactente, sexo masculino, 9 meses de idade, plano nacional de vacinação completo, parto eutócito, apgar 9-10-10, vem a consulta aberta por quadro de tosse e febre (temp. timpânica 39,2ºC) com inicio abrupto desde há 1 dia. A mãe tem controlado a febre com paracetamol de 6/6 horas. Tem perceção de maior irritabilidade do filho e ligeira diminuição do apetite. Nega vómitos. Ao exame objetivo a criança apresenta temp. timpânica de 38,2ºC (toma de paracetamol há 4 horas), acessos de tosse, frequência respiratória de 35 cpm, SpO2 94% e auscultação pulmonar com crepitações inspiratórias audíveis na base do pulmão direito. Como orientar?
13.
Utente, sexo masculino, 69 anos, IMC 25 kg/m2, ex-fumador 20 UMA. Vem a consulta programada renovar a carta de condução. Tem hipertensão arterial, controlada, e DPOC. Sem outros antecedentes de relevo. Na avaliação da acuidade visual, sem correção, constata 6/10 no olho direito e 9/10 no olho esquerdo. O utente refere que nunca se tinha apercebido desta diferença de visão entre os olhos mas aproveita para referir que “tem sentido algum desconforto no olho direito como se estivesse presente um corpo estranho”. À observação, denota olho vermelho e alteração da opacidade na esclera (ver imagem anexa). Como orientar este utente?
14.
Criança, sexo feminino, 10 anos, saudável até ao momento. Vem a consulta aberta com a mãe por percepção de presença de caroços nas mamas que persistem desde há cerca de 2 semanas. Está preocupada porque a avó teve diagnóstico de cancro da mama aos 53 anos. Ao exame objetivo confirma a presença de nódulos retroareolares bilaterais, indolores de consistência mole. Como orientar?
15.
Qual destes fármacos apresenta como efeitos secundários comuns sedação e aumento de peso?
16.
Utente, 40 anos, realizou colpocitologia há quatro meses que revelou candidíase. Está assintomática. Qual é o plano mais adequado?
17.
Lactente, sexo feminino, 1 mês, vem a consulta de vigilância. A mãe pergunta se deve realizar a vacina da BCG. Consulta brevemente o processo. Verifica que o pai tem infeção VIH com carga viral indetectável há vários anos, sem história de tuberculose e é fumador ocasional. A mãe teve determinações de VIH na gravidez sempre negativas. O parto foi eutócico às 39 semanas, Apgar 6/8/10, com peso à nascença de 3450 gr, e com resultado de VIH á nascença negativo. Vivem num T4 alugado, que partilham com um casal amigo que tem uma filha de 9 meses. Dentro de nove meses, pensam em ir dois meses para a Guiné para a mãe poder terminar o trabalho de campo do seu doutoramento. Qual dos dados da história clínica tornam esta menina elegível para a vacina BCG?
18.
Utente, sexo feminino, 60 anos, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta de reavaliação mostrar o resultado das análises que lhe pediu na última consulta por se queixar de fadiga, fraqueza e intolerância ao exercício moderado. Destaca-se Hemoglobina 9,1 g/dL (12-14 g/dl), volume globular médio 75 (80-95L), ferro sérico 46 µg/dL (50-150 ug/dl), ferritina 9 µg/dl (12-150 µg/dl) e capacidade total de fixação do ferro 626 µg/dL (240-450 µg/dL). Qual é a etiologia mais comum destas alterações laboratoriais?
19.
Utente, 33 anos, fez espirometria por apresentar dispneia de esforço com cerca de dois meses de evolução. Após avaliar o resultado da espirometria (ver imagem anexa), qual é o padrão espirométrico representado?
20.
Utente, sexo feminino, 45 anos, com diabetes mellitus tipo 2 desde há três anos, tem queixas de desconforto nos membros inferiores desde há oito meses que não consegue explicar. É mais intenso entre o joelho e o tornozelo, profundo, agrava ao final do dia, quando está sentada ou deitada na cama e alivia quando move as pernas ou quando as coloca por cima do edredão. Refere que tem dormido pior porque sente que tem de estar sempre a mudar as pernas de posição. O exame objetivo completo dos membros inferiores é normal. Qual é o diagnóstico mais provável?
21.
Utente, sexo feminino, 42 anos, com obesidade e DM2, vem a consulta de vigilância. Nos últimos dois anos tem registos de HbA1C de 7,2%, 7,0 % e 7,3 % e microalbuminúria ocasional de 58 mg/g, 69 mg/g e 78 mg/g. Está medicada com metformina 1000 mg bid. Traz MAPA com PA média de 140/90 mmHg. Hoje tem PA 146/96 mmHg. microalbuminúria 82 mg/g, HbAlc 6,8 % e TFGe 112 mL/min/1,73 m2. Das seguintes, qual é a opção mais indicada na orientação desta utente?
22.
Utente, sexo masculino, 22 anos, IMC 22kg/m2, não fumador, estudante de Medicina Veterinária, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta por quadro de astenia, cefaléia e mialgias que iniciou há 3 dias. Auto-medicado com paracetamol 1000 mg de 8/8 horas, com melhoria parcial dos sintomas. Hoje vem a consulta por persistência dos sintomas e porque lhe apareceu uma mancha eritematosa na perna direita, com perceção de crescimento centrifugo (ver imagem anexa). Apresenta T.axilar 37,6ºC. Restante exame objetivo sem alterações de relevo. Como orientar?
23.
Utente, sexo masculino, 54 anos, vem a consulta com exames complementares de diagnóstico pedidos por queixas de noctúria, urgência, polaquiuria e jato fraco, com meses de evolução. Nega hesitação inicial, gotejo terminal ou necessidade de fazer força para iniciar a micção. Encontra-se sob tansulosina, 0,4 mg, 1 vez à noite, desde a última consulta, referindo que melhorou apenas a força do jato mas que mantém os restantes sintomas. Da avaliação complementar destaca-se IPSS 15, PSA 1,2 ng/ml, urina II sem alterações, urocultura sem alterações, ecografia prostática que evidencia próstata com 30 mL, homogénea, e com resíduo pós-miccional de 40 mL. Das seguintes, qual é a melhor opção farmacológica neste momento?
24.
Utente, sexo feminino, 52 anos, antecedentes de hipertensão controlada com ramipril + hidroclorotiazida. Vem a consulta por hematúria macroscópica com três dias de evolução. Está apirética e nega outra sintomatologia urinária. Não tomou medicação de novo. A palpação e percussão do ângulo costovertebral, o exame abdominal, ginecológico e retal não revelaram alterações. O estudo de sedimento urinário revelou proteinúria de cilindros eritrocitários e eritrócitos dismórficos. Qual é o diagnóstico mais provável?
25.
Utente, 60 anos, antedentes de gastrectomia (antrectomia) na sequência de uma perfuração de úlcera péptica há 18 meses. Na sequência da investigação da úlcera, foi diagnosticada a síndrome de Zollinger-Ellison. Fez posteriomente cirurgia para excisão de gastrinoma duodenal, que decorreu sem intercorrências. Como outros problemas ativos apresenta síndrome do intestino irritável diagnosticado desde os 20 anos, cervicalgia recorrente desde os 30 anos e perturbação depressiva major diagnosticada três meses após a primeira cirurgia. Medicada com pantoprazol 40 mg bid e com sertralina 100 mg id. Tem recorrido a médico privado porque mantém diarreia recorrente que não tem melhorado sob várias estratégias terapeuticas, nomeadamente suplementos para repor a flora intestinal e loperamida. Já fez colonoscopia que não identificou alteração de relevo. Durante anamnese, diz que se faz uma refeição mais copiosa, tem diarreia líquida 15-30 minutos após a refeição, acompanhada de náusea, cólica, sudação, palpitação e ficar com a cara muito vermelha. Tem perceção que estes sintomas iniciaram após as cirurgias gástricas que realizou. Qual é o diagnóstico que pondera?