1.
Utente, sexo feminino, 60 anos, fumadora 30 UMA (atualmente sob 15 cigarros por dia), antecedentes familiares de fratura da anca (mãe), IMC 33,5 kg/m2, sob terapêutica anti-reabsortiva há 1 ano, após confirmação de osteoporose por densitometria. Utente faz caminhada de 4 km diariamente, tendo recentemente aumentado a distância para 8 km. Vem a consulta por dor em pontada referida à base do pé esquerdo, mais proeminente no calcanhar, que é máxima quando pousa o pé após sair da cama (7/10) e que melhora ligeiramente após alguns minutos após começar a caminhar. A utente nega qualquer traumatismo associado. Ao exame objetivo destaca-se dor durante a dorsiflexão passiva do tornozelo e dos dedos. Qual dos seguintes é o diagnóstico mais provável?
2.
Utente, sexo masculino, 53 anos, teve um enfarte agudo do miocárdio há 15 meses, para o qual fez angioplastia coronária percutânea com colocação de stent. Alterou o seu estilo de vida: “Deixei de beber, deixei de fumar, passei a fazer caminhadas todos os dias e a ter mais cuidado com o que como.” Encontra-se medicado com com ácido acetilsalicílico 100 mg id, clopidogrel 75 mg id, bisoprolol 1.25 mg id, atorvastatina 20 mg id e fenofibrato 145 mg id. As últimas 2 consultas de cardiologia foram realizadas por telefone, no contexto da pandemia Sars-cov2. Na consulta o utente refere sentir-se muito bem, perdeu peso (5 kg no último ano) e apresenta pressão arterial de 138/80 mmHg e frequência cardíaca 87 bpm. Nas análises que fez há um mês apresenta colesterol LDL = 68 mg/dL e triglicerídeos= 190 mg/dL. Ao analisar a medicação crónica do utente, propõe otimização da mesma. Qual das opções escolheria?
3.
Utente, sexo feminino, 35 anos, sem antecedentes de relevo. Regressou de viagem a Moçambique há 2 meses e vem mostrar resultado de análises prescritas em contexto privado. Assintomática. Apresenta anticorpo HBc total positivo, anticorpo HBc IgM positivo antigénio HBs positivo e anticorpo HBs negativo. Como deve ser interpretado o resultado?
4.
Utente, sexo feminino, 66 anos, IMC 31 kg/m2, não fumadora, G1P1, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta por apresentar dor referida à região da nádega direita, por vezes com irradiação para o ânus e face posterior da coxa, acompanhada de sensação de ardor que se prolongava pela face póstero-externa da perna atingindo ainda o bordo externo do pé. Como antecedentes, refere traumatismo há 2 semanas (queda da própria altura com embate da anca direita) tendo sido observada no serviço de urgência e descartada fratura da anca ou coluna. Ficou com analgesia sob paracetamol+tramadol (650+75 mg). Refere que esta medicação não tem sido suficiente para aliviar a dor que sente atualmente. Ao exame objetivo apresenta dor durante a rotação interna passiva do membro inferior direito. Qual o diagnóstico que pondera?
5.
Utente, sexo masculino, 57 anos, IMC 33 kg/m2, diabetes mellitus tipo 2 e DPOC. Vem a consulta aberta porque apresenta febre alta (39,2 ºC, axilar), tosse produtiva com expectoração amarelada há dois dias. Ao exame objetivo apresenta PA 133/80 mmHg, frequência respiratória de 22 cpm, e auscultação pulmonar com murmúrio rude, com crepitações na base direita e alguns sibilos. A saturação de oxigénio é 91%. Como orientar este utente?
6.
Utente, sexo feminino, 67 anos, IMC 31 kg/m2, não fumadora, com diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e perturbação depressiva. Encontra-se medicada com fluoxetina 20 mg (1+0+0), lisinopril+hidroclorotiazida 20+12,5 mg (1+0+0), atorvastatina 20 mg (0+0+1), metformina 1000 (1+0+1). A utente vem a consulta mostrar resultado de estudo analítico pedido em contexto de astenia, edema dos membros inferiores e superiores e edema periorbitário com evolução progressiva desde há 3 semanas. Do estudo analítico destaca-se: Hemoglobina 10.5 mg/dL; Leucocitos 4900/mm3; Plaquetas 225 000/mm3; Ureia 71 mg/dL; Creatinina 1.4 mg/dL; Albumina 2.1 mg/dL; Proteínas totais 3.5 mg/dL; Colesterol total 397 mg/dL; Triglicéridos 283 mg/dL; Hemoglobina A1C 8.4%; e urina tipo 2 com proteinúria maciça e eritrócitos dismórficos. Como orientar a utente?
7.
Quando deve ser realizado o rastreio neonatal (teste do pezinho)?
8.
Utente, sexo feminino, 82 anos, IMC 23 kg/m2, não fumador. Antecedentes de diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e perturbação de ansiedade. Na medicação habitual consta metformina 1000 mg (1+0+0), lisinopril+amlodipina 20+5 mg (1+0+0), sinvastatina 20 mg (0+0+1) e sertralina 50 mg (1+0+0). Vem a consulta aberta por perceção de mancha vermelha no olho direito (ver imagem anexa) que terá surgido durante a noite. Nega dor, prurido ou alteração da acuidade visual. Sem história de traumatismo recente. Último estudo analítico foi realizado há 15 meses, sem alterações de relevo, nomeadamente no hemograma, função tiroideia, função hepática e proteinograma. Como orientar esta utente?
9.
Num recém-nascido, qual é a causa mais provável de um reflexo de Moro assimétrico?
10.
Lactente, sexo masculino, 2 meses de idade, parto eutócito com apgar 9-10-10, sob aleitamento materno exclusivo. Vem a consulta de vigilância. Mantém IMC no percentil 15-50. Exame objetivo sem alterações. A mãe está preocupada porque acha que o filho não está a aumentar de peso adequadamente. Acha que algo não está bem com a alimentação do filho visto que desde há 2 semanas tem recorrentemente episódios de regurgitação que ocorrem predominantemente no fim da mamada. Não tem perceção de recusa de amamentação pelo lactente. Nega irritabilidade associada à mamada. Como orientar?
11.
Utente, sexo feminino, 33 anos, G0P0, não fumadora, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta porque apresenta desconforto na pálpebra superior esquerda com pequena pústula na margem (ver imagem anexa). Nega episódios anteriores. Qual o diagnóstico?
12.
Utente, sexo masculino, 62 anos, IMC 26 kg/m2, não fumador, motorista de pesados de longo curso. Antecedentes de diabetes mellitus, dislipidemia e hipertensão arterial. Vem a consulta de vigilância de diabetes mellitus. Encontra-se sob metformina 1000 mg desde há 5 anos, tendo intensificado a terapêutica há 2 anos (passou para 2 tomas diárias). Ao registar o valor de hemoglobina glicada verifica que tem um perfil ascendente nos 2 últimos controlos. Passou de 6,7% para 6,9% e, atualmente, apresenta um valor de 7,4%. Discute a possibilidade de escalar novamente a terapêutica, opção que o utente compreende e aceita. Qual das seguintes opções terá menor probabilidade de contribuir para episódios de hipoglicemia?
13.
Lactente, sexo masculino, 9 meses de idade, plano nacional de vacinação completo, parto eutócito, apgar 9-10-10, vem a consulta aberta por quadro de tosse e febre (Temp. timpânica 39,2ºC) com inicio abrupto desde há 1 dia. A mãe tem controlado a febre com paracetamol de 6/6 horas. Tem perceção de maior irritabilidade do filho e ligeira diminuição do apetite. Nega vómitos. Ao exame objetivo a criança apresenta temp. timpânica de 38,2ºC (toma de paracetamol há 4 horas), acessos de tosse, frequência respiratória de 35 cpm, SpO2 94% e auscultação pulmonar com crepitações inspiratórias audíveis na base do pulmão direito. Como orientar?
14.
Utente, sexo feminino, 52 anos, IMC 29 kg/m2, não-fumadora, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta tendo como queixa principal insónia inicial que persiste há 6 semanas e que tem condicionado a sua capacidade para o trabalho. A utente refere que iniciou trazodona 150 mg à noite mas que, mesmo assim, mantém insónia relevante só conseguindo adormecer por volta das 2h00. A utente considera que esta insónia possa estar relacionada com ansiedade que sente e preocupações sobre aspetos da sua vida quotidiana, que englobam a instabilidade do seu trabalho, o futuro dos filhos e receio sobre o seu estado de saúde. Discute com a utente a necessidade de iniciar terapêutica dirigida à insónia com uma benzodiazepina durante 4 semanas. A utente compreende e aceita. Qual das seguintes opções seria a mais adequada?
15.
Utente, sexo masculino, 46 anos, IMC 23 kg/m2, fumador 20 UMA, atualmente consome 15 cigarros por dia, trabalhador da construção civil, não frequentador de consulta há 5 anos. A esposa do utente tem solicitado consulta para o marido, preocupada com o seu estado geral e consumo excessivo de álcool, mas o utente tem recorrentemente faltado às consultas. Hoje vem a consulta aberta por motivo de doença aguda. No decurso da consulta aproveita para atualizar o processo clínico do utente. O utente nega consumo excessivo de álcool, no entanto apura um consumo de 45 gramas de álcool por dia. Como proceder em relação ao consumo de álcool?
16.
Utente, sexo feminino, 57 anos, antecedentes de neoplasia da mama. Vem a consulta porque apresenta sinais e sintomas compatíveis com atrofia vulvo-vaginal. Pondera iniciar terapêutica hormonal de substituição. O que deve ter em consideração na escolha da melhor terapêutica para a utente?
17.
Utente, sexo feminino, 49 anos, G2P2, fumadora 10 UMA, atualmente consome 5 cigarros por dia. Faz contracepção com dispositivo intra-uterino de cobre, colocado aos 41 anos. Tem ciclos menstruais regulares. Vem a consulta porque pretende saber quando deve retirar o DIU pela aproximação à idade da menopausa. Como orientar?
18.
Utente, 56 anos, trabalha como caixa de um supermercado há 30 anos. Vem a consulta pedir novo CIT por recidiva de dor no ombro esquerdo. Ecografias prévias documentam tendinite da coifa, com algumas microrrupturas associadas. Já fez infiltração periarticular e várias séries de tratamentos de medicina física e reabilitação, mas sempre com melhoria muito discreta. Pondera emitir CIT por doença profissional. Qual das seguintes afirmações é correta em relação ao CIT por doença profissional?
19.
Utente, sexo feminino, 24 anos, IMC 23 kg/m2, G0P0, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta após se aperceber de alteração da pele na face dorsal do pé esquerdo. Ao exame objetivo apresenta lesão circular na face dorsal do pé esquerdo, com bordos ligeiramente elevados (depressão central), cor semelhante à pele adjacente e textura lisa (ver imagem anexa). Desconhece o tempo de evolução da lesão e nega qualquer sintoma associado, nomeadamente dor ou prurido. A utente nega alteração dos hábitos alimentares e medicamentosos. Qual o diagnóstico mais provável?
20.
Utente, sexo feminino, 26 anos, G1P0, grávida de 14 semanas de um feto viável mas que apresenta mal-formação grave. A utente solicita esclarecimentos porque pretende fazer interrupção voluntária da gravidez. Até que tempo de gestação é possível a interrupção desta gravidez?
21.
Criança, sexo masculino, 2 meses, apgar 9-10-10, vem a consulta de vigilância. Apresenta desenvolvimento estato-ponderal e psicomotor adequado à idade. Quando deve propor nova consulta?
22.
Utente, sexo masculino, 67 anos, fumador 25 UMA, vem a consulta de seguimento de DPOC. Refere que só se sente bem, à exceção de cansaço mas que só acontece quando realiza exercício intenso. No último ano, teve uma exacerbação da sua DPOC mas que foi resolvida em contexto dos cuidados de saúde primários. Traz uma espirometria que mostra um FEV1 de 67% do previsto. Em que fenótipo da avaliação combinada (ABCD) se encontra a DPOC do utente?
23.
Utente, sexo feminino, 24 anos, vem a consulta de planeamento familiar. Ao fazer a auscultação pulmonar, verifica uma lesão pigmentada no dorso, com 5 mm de maior eixo. A utente diz que tem esse sinal desde a adolescência, que não mudou de características e não tem sintomas associados (ver imagem anexa). Qual é o diagnóstico mais provável?
24.
Utente, sexo feminino, 46 anos, sem antecedentes de relevo, vem pela primeira vez a uma consulta na unidade de saúde. É casada, vive com o marido e com os dois filhos de 9 e 12 anos, ambos estudantes. Residem num apartamento de 4 assoalhadas com excelentes condições de habitabilidade. Em que fase do ciclo de Duvall se encontra essa família?
25.
Utente, sexo masculino, 42 anos, assintomático, vem mostrar análises. Tem doença bipolar que foi difícil de controlar, mas encontra-se estável há quatro anos. Não tem outros problemas de saúde conhecidos. Desde há quatro anos, está medicado com lítio, quetiapina, clonazepam e valproato de sódio. Na avaliação analitica tem niveis de litio e valproato em valores terapêuticos e uma creatinina de 1,6 mg/dl, o que corresponde a um agravamento face ao valor anterior de há três meses (1,4 mg/dL.). Com base no valor de hoje, a TFGe è 60 mL/min/1.73 m². Qual dos medicamentos é a causa provável da insuficiência renal?